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Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte debateu, na tarde desta
terça-feira (26), a situação do Centro de Natal, especialmente dos problemas
enfrentados por moradores e comerciantes da Cidade Alta e Ribeira. Proposta
pelo mandato do deputado Ubaldo Fernandes (PSDB), a discussão reuniu Poder
Público e pessoas que atuam na região, que relataram problemas diversos
enfrentados no local. O grupo definiu prioridades para tentar fomentar e
revitalizar o comércio na área.
Na abertura da audiência, um vídeo produzido pela
TV Assembleia demonstrou como está a situação na região. Entre 2019 e 2023, 650
empresas fecharam as portas no centro de Natal, de acordo com a Junta
Comercial. Pequenos empresários relataram a dificuldade em conquistar novos
clientes e o baixo fluxo na região.
Empresária do ramo alimentício, a comerciante
Célia Maria disse que a situação financeira está cada vez mais complicada para
ela e para outros comerciantes da região. Desde 2013 trabalhando na Cidade
Alta, ela disse que o número de refeições vendidas em seu comércio, que já foi
de 450 diárias, baixou para 150. O estabelecimento, que empregava 11
funcionários, hoje funciona somente com cinco.
"Estamos desesperados. Não podemos ter
vergonha de falar aquilo que estamos passando. Estamos sangrando. Todo dia 20,
porém, pagamos nossos impostos, e todo quinto dia útil, pagamos nossos
funcionários", disse a comerciante.
As causas para a redução no fluxo de pessoas foram
expostas por diversas pessoas que participaram da audiência. Problemas de
iluminação, dificuldade de estacionamentos e ordenamento do trânsito, falta de
atrativos além do comércio e, principalmente, a falta de segurança, foram
apontados como alguns dos problemas enfrentados pelas pessoas que trabalham e
vivem na Cidade Alta e Ribeira.
Chefe de investigação da 1ª Delegacia de Polícia,
o agente Djair Oliveira relatou a dificuldade estrutural que a delegacia
enfrenta para oferecer um bom serviço à população. Atuando há mais de 20 anos
na região, ele explica que há somente três policiais para atuar na DP, tanto
para fazer o registro de boletins de ocorrência quanto para as investigações
propriamente ditas. Por isso, no entendimento dele, é difícil ofertar um
serviço de qualidade.
"Não fazemos o policiamento ostensivo. Nós
atuamos depois que os crimes ocorrem e a estrutura que temos, infelizmente, de
fazer mais. Desejamos que a situação melhore e vamos continuar dando nosso
máximo pela população da região", disse Djair Oliveira.
Após ouvir todos os participantes do encontro, o
deputado Ubaldo Fernandes apresentou um compilado de encaminhamentos para serem
cumpridos após a audiência pública. O deputado sugeriu ainda a criação de uma
comissão com representantes dos comerciantes e organizações para buscarem
encontros com os entes do Município e Governo para sugerir as medidas que foram
colocadas na audiência.
27 de setembro de 2023
Audiência propõe ações para revitalizar comércio no Centro de Natal
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