30 de janeiro de 2015

Após balanço, Petrobras corre risco de ser declarada inadimplente


A Petrobras ainda corre o risco de ser declarada inadimplente em bilhões de dólares em dívida, mesmo tendo divulgado os resultados atrasados do terceiro trimestre dentro de um prazo autoimposto, disse à Reuters um hedge fund com sede em Nova York. A divulgação dos resultados sem as baixas contábeis relacionadas às denúncias de corrupção da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, pode até elevar o número de obrigações em contratos de dívida (covenants) e promessas a investidores que foram quebradas pela estatal, disse um executivo sênior do fundo Aurelius Capital Management. 

Em particular, o comentário da Petrobras na nota explicativa dizendo que os seus resultados do terceiro trimestre não auditados não atenderam plenamente às normas internacionais de contabilidade do International Accounting Standards Board (IASB) demonstra o descumprimento, disse o presidente do conselho do Aurelius Capital Management, Mark Brodsky. 

A Petrobras ressaltou na nota que as demonstrações estão de acordo com o IAS 34, “exceto pelos erros” nos valores de determinados ativos, cujos valores podem ter sido sobrevalorizados pela corrupção. Os resultados do terceiro trimestre deveriam ter sido divulgados em novembro, mas foram adiados após a PricewaterhouseCoopers se recusar aprovar as contas da Petrobras em meio a crescentes denúncias de fixação de preços em contratos e subornos. De acordo com uma fonte com conhecimento do assunto, o fundo Aurelius ainda está buscando outros investidores para declarar um default. 

A Petrobras também pode continuar desrespeitando a obrigação que assumiu de fornecer os resultados não auditados do terceiro trimestre no prazo de 90 dias contando a partir do fim do trimestre, um prazo que acabou em 29 de dezembro, de acordo com uma fonte da indústria com conhecimento dos planos dos credores. A Petrobras disse em dezembro que recebeu permissão para divulgar os resultados atrasados de um credor de um empréstimo bilateral, mas se recusou a detalhar qualquer dispensa do prazo de 90 dias. Fonte: Terra

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