9 de dezembro de 2014

Petrobras cai e tem a menor cotação na Bolsa em quase 10 anos


Na corrida pelas maiores empresas da Bolsa de Valores, a Petrobras acaba de amargar o quarto lugar. Com a queda de mais de 6% na Bolsa, as ações da estatal tiveram, nesta segunda-feira, sua menor cotação desde 2005: 11,46 reais. O piso anterior foi registrado em janeiro de 2005, mais de dois anos antes da descoberta do pré-sal, quando as ações da estatal estavam cotadas a 11,39 reais. Também pela primeira vez, o Bradesco superou a estatal em valor de mercado. Levantamento da consultoria Economatica mostrava que, até sexta-feira, as duas empresas estavam empatadas. Contudo, com a queda de mais de 6% das ações da Petrobras nesta segunda, a estatal foi superada pelo banco. 

Dados preliminares da BM&FBovespa mostram que, às 16h50, o valor de mercado da Petrobras estava em 144 bilhões de reais, enquanto o do Bradesco estava em 146 bilhões de reais. A diferença só não se aprofundou mais porque também os papéis do banco despencavam na Bolsa, com queda de 5%. 

Com a recente queda, a Petrobras está atrás não só do Bradesco, mas também do Itaú e da Ambev. A fabricante de bebidas e o banco ocupam, respectivamente, primeiro e segundo lugar entre as maiores empresas listadas na Bolsa. O Ibovespa caía mais de 3% na tarde desta segunda-feira, impactado pelo desempenho das ações da estatal e também das instituições financeiras. 

A Petrobras é o centro das investigações da Operação Lava Jato, conduzida pela Polícia Federal, e que apura o desvio de recursos da empresa para caixas de partidos políticos, por meio de contratos com empreiteiras. Desde que o esquema foi trazido à luz, os papéis da estatal vêm sendo castigados na Bolsa. No aspecto dos negócios, as principais obras da estatal estão paralisadas, como a refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, e o Comperj, no Rio de Janeiro. Neste fim de semana, uma área de Abreu e Lima começou a funcionar. Mas as obras para a conclusão da refinaria estão paradas. 

A Petrobras perdeu 72% de seu valor de mercado entre maio de 2008, quando o preço da ação da empresa atingiu seu auge, e os dias de hoje. Isso significa que o brasileiro que investiu 1.000 reais em papéis da empresa em 2008 tem, hoje, apenas 280 reais. 

Durante o período eleitoral, as ações da empresa chegaram a subir na esteira da perspectiva de que Dilma não se reelegesse. O mercado entendia que a permanência do PT na Presidência se traduz em maior ingerência política na empresa. Com a vitória da presidente e o aprofundamento das investigações, as ações da estatal despencaram. Entre 27 de outubro e esta segunda-feira, a queda chega a 28,6%.
Fonte: VEJA

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