6 de maio de 2014

Caps II em Parnamirim não recebe dinheiro público há mais de um ano


Penúria. Essa é a definição mais próxima para descrever a realidade do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) 2, localizado no bairro de Santos Reis, em Parnamirim. A entidade teve que demitir funcionários, suspender as refeições dos pacientes psiquiátricos e deixou de realizar a maioria das atividades de socialização, fundamentais para o êxito do tratamento. 

O motivo para a precariedade é a falta de repasse de dinheiro do poder público há um ano e cinco meses. A instituição é ligada a Associação Brasileira de Estudos em Saúde Mental (Abrassame), uma organização não governamental e sem fins lucrativos. De acordo com um dos coordenadores Dilson Bernardo, a instituição há quase oito anos realiza o atendimento de pessoas com transtornos mentais com habilitação do Sistema Único de Saúde (SUS). 

Conforme o coordenador do Caps 2 de Santos Reis, até 2010 o repasse de cerca de R$ 30 mil mensais era feito pelo governo do Estado. No entanto, com princípio da gestão plena da saúde dos municípios, Parnamirim passou a receber o dinheiro que era enviado pelo Ministério da Saúde para poder repassá-lo posteriormente. 

“Desde janeiro do ano passado estamos funcionando por um milagre”, disse sobre o tempo sem o dinheiro público. Ainda segundo o coordenador do Caps, a Prefeitura de Parnamirim afirma não mais receber o dinheiro do Estado. Ele também já recorreu a Secretaria de Saúde Pública do Estado (Sesap) e ao Ministério Público Estadual para tentar solucionar a questão. 

O secretário de Saúde de Parnamirim, Márcio César Pinheiro, reitera que não recebe nenhum dinheiro das demais esferas de governo. “Nós recebemos esse dinheiro até 2012, mas agora não podemos repassar um recurso que não está vindo. Ele tem que cobrar do Ministério da Saúde e do governo do Estado”, disse o secretário. Ainda segundo o responsável pela pasta de Saúde de Parnamirim, as pessoas que deixaram de ser atendidas pelo Caps 2 de Santos Reis são assistidas pelo Caps de Passagem de Areia, que pertence a Prefeitura.
Fonte: Jornal de Hoje

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